Começam os estudos para perceber porque África é o continente menos afectado pela pandemia. A imunidade da COVID-19 em África é um mistério médico, uma vez que as taxas de mortalidade sempre estiveram bastante abaixo das projecções iniciais da pandemia. Mas porquê?

Onde ir

Anantara Vilankulos, um oásis no meio do mar

O Anantara é ‘O’ postal turístico de Bazaruto, e uma espécie de porta de entrada luxuosa para um arquipélago de beleza luxuriante, e para esta ilha maior avistada lá da costa de Vilankulo. Chegando lá, os bungalows estão ligados entre pontes de madeira, as árvores saboreiam o vento e os pássaros a liberdade. A natureza é fulgurante e a construção do hotel tentou não mudar a ordem natural das coisas.

E assim foi porque, na verdade, a beleza do Anantara reside nas paisagens que Bazaruto oferece: o mar a toda a volta, as dunas em direcção ao céu, as árvores a pintar uma paisagem que nos remete à quintessência de tudo. Nós e a natureza.

Ao nível dos serviços, o hotel disponibiliza transporte marítimo a partir de Vilankulo, o restaurante serve uma infinidade de pratos de carne, peixe e mariscos e, em termos de actividades, pode sempre caminhar pelas dunas ao nascer ou ao pôr-do-sol; passear de barco em direcção à Benguerra, logo em frente, ou mais além, rumo à Ilha Santa Carolina. E fazer snorkeling nos vários corais.

O hotel disponibiliza ainda spa, ténis, futebol ou basquete e passeios a cavalo pela praia ao amanhecer.

Email: reserveanantara@anantara.com
Noites sugeridas 4
Preço médio 37.000,00 MZN *
Preço único por casal no Beach Villa, com tudo incluído.

Onde comer

LUMMA, surpresa escondida à vista de todos

O Lumma já existia no mesmo lugar, mas numa vida anterior. Agora, com uma nova gestão, continua na zona centro da cidade capital, bem perto do Museu de História Natural, na Rua Mateus Sansão Muthemba. Nesta sua existência posterior, a imagem mudou, acompanhada da identidade e da oferta de pratos. Tornou-se um local amplo e luminoso, decorado de forma minimalista e com as portas bem abertas para uma boa experiência gastronómica.

A cozinha do Lumma está a cargo do Chef Marcelino Dgedge que se inspira na diversidade cultural e nos sabores internacionais, modelados por ingredientes tipicamente moçambicanos. O resultado, garantimos, é, no mínimo, original, e está plasmado num menu consistente e requintado, com poucas opções

(o que é sempre uma garantia de frescura dos produtos servidos) mas suficientemente volúvel para abranger diferentes (bons) gostos.

Nas entradas, sugerimos, e quase a jeito de boas-vindas, o menu de degustação. Se ficar convencido e quiser acelerar pela ementa, avance para o sashimi, a lasagna de pato ou o ravioli de massa caseira de lagosta ou garoupa com feijão nhemba, amêijoas e algas marinhas, escolhas que ilustram, qualquer uma delas, ao que vem o Lumma. E vem por bem.

Com um preço médio de 1.500 Meticais por pessoa (refeição completa), este restaurante é, sem dúvida, uma boa surpresa escondida... à vista de todos. E vale a pena, certamente, prová-lo com todos os outros sentidos.

Must

Roots of Creation Studio, ‘arte verde´ de esperança

A Roots of Creation Studio é uma startup moçambicana criada pelos jovens Meirim Marrengula e Felizarda Zunguze, que promove a preservação ambiental e o uso sustentável dos recursos naturais através da arte e do design.

Dito de outra forma, esta pequena empresa moçambicana produz objectos de arte a partir de materiais reciclados, como garrafas e outros recipientes plásticos ou de vidro, e também se dedica a acções de consciencialização, através de palestras e workshops, focando-se na divulgação de conhecimento sobre a importância da reciclagem e do reaproveitamento de materiais, fomentando a adopção de boas formas de tratamento dos resíduos sólidos descartados e alertando para os benefícios ambientais deste tipo de acção.

A ideia de fazer obras de arte a partir de objectos reciclados, segundo Meirim, “surge do cruzamento entre a necessidade e a oportunidade”, conforme conta. “A verdade é que fazer arte é caro. É difícil encontrar materiais para trabalhar aqui em Moçambique e, um dia, pensei, olhei em volta para ver o que tinha ao meu dispor e percebi que, afinal, o que mais tinha era 'lixo’. O que é o lixo e o que determina que não se possa fazer algo com ele, reutilizá-lo?”.

A ideia conceptual, não sendo nova, entra num alinhamento que é cada vez mais utilizado um pouco por todo o mundo, especialmente nos dias que correm, em que a sustentabilidade, associada à moderação do consumo e à reutilização de materiais para todo o tipo de utilização é, cada vez mais, uma questão a ter em conta. E, neste ponto, a arte pode ser uma bela forma simbólica de o fazer, apontando o caminho a seguir. “Começámos a ver como podia fazer-se o reaproveitamento desses resíduos, fomos à internet ver o que outros artistas estavam a fazer um pouco por todo o mundo e fomos criando as nossas próprias ideias”.

Desde pequeno, Meirim sempre gostou de desenhar. Em 2014 (antes de fazer o curso de artes visuais) criou o nome Roots of Creation (raízes da criação, na tradução simples para Português) e, de forma ainda quase artesanal, esboçava desenhos e estampava-os em camisolas. Mas, é já durante a formação que amadurece o projecto de formalizar a empresa. Mais tarde, já em 2019, deu corpo à ideia e fundou a empresa com o mesmo nome, juntamente com uma amiga que estudava gestão cultural, e que actualmente é sua sócia.

No entanto, os primeiros tempos de actividade não foram fáceis, enfrentando os desafios com que a grande maioria dos artistas e artesãos se deparam no país, especialmente, em tempos de pandemia. Até que o grande salto para o sucesso da empresa se dá com a participação no concurso “Createc 2.0”, organizado pelo Centro Cultural Moçambicano-Alemão. O concurso visava premiar startups que desenvolvessem um ‘negócio digital verde’. Aí, juntaram-se a informáticos e desenvolvedores de programas e trouxeram a sua ideia para o meio digital, vencendo o concurso.

Depois, a startup participou em mais dois concursos internacionais, o “Ignite Africa” e o “Climate Launchpad 2020”. Meirim diz que, “mesmo não tendo ganho nenhum deles, foi importante participar porque adquirimos conhecimento valioso e aprendemos sobre como funciona a gestão e o negócio de algo deste género, questões essenciais para alavancar a nova marca.”

Mas, mesmo com esse caminho feito, nem tudo é perfeito desde então, e o jovem empreendedor aponta uma das grandes dificuldades que continua a enfrentar naquilo que tipifica como um “negócio verde”: a falta de apoio por parte das organizações nacionais a projectos deste género. “É mais fácil obter ajuda de embaixadas e centros culturais de outros países. Creio que isso acontece porque a importância da reciclagem e do cuidado ao meio ambiente ainda não é algo que as empresas e a população, de uma forma geral, olhem como questão fundamental. Temos de mudar isso”, assinala.

A Roots of Creation Studio não tem apenas o objectivo de vender arte mas também o de ajudar as pessoas portadoras de deficiência e carenciadas, tendo, para isso, vindo a trabalhar em formações em parceria com o Fórum das Associações Moçambicanas das Pessoas com Deficiência (FAMOD.

Sem grandes apoios empresariais, e dependendo unicamente das vendas que são feitas online e, desde que a pandemia abrandou, em alguns mercados de artesanato da cidade de Maputo, a Roots of Creation auto-financia todas as formações e workshops que ministra e, para poder sustentar as suas actividades, criou a marca M.Creative, uma empresa de design gráfico.

Com o que produzem na M.Creative, os jovens de 30 anos, Meirim e Felizarda, investem no desenvolvimento da sua marca de arte e design e vão ganhando tempo, para que um dia o seu ‘sonho verde’ ganhe raízes, e floresça.

Pode conhecer mais sobre esta marca na sua página de Facebook:
https://pt-br.facebook.com/rootsofcreationstudio/