Walter Zand
“Maningue Hope” ou a vitória da Arte Moçambicana num concurso da Swatch

Walter Zandamela, ou Zand, seu nome artístico, tornou-se mais conhecido pela tela, com esse nome, que virou relógio da Swatch, em que junta a técnica de desenho livre e arte digital preenchida pelas cores quentes da paisagem moçambicana.

Nascido em Maputo em 1978, Zand cresceu no bairro do Xipamanine entre os becos do Chamanculo D. É artista plástico, designer, ilustrador e músico, e docente das cadeiras de Materiais e processo de produção para design e Oficinas Multidisciplinares na Faculdade de Artes, Instituto Superior de Artes e Cultura (ISArC).

E se logo desde a infância mostrou inclinação para o mundo artístico, no entanto, não tem dificuldade em admitir que a formação “foi fundamental” para a sua continuidade no meio. Até porque o início da caminhada artística de Walter não foi necessariamente livre de obstáculos e do preconceito de “algumas pessoas que ainda olham as artes plásticas como não sendo um trabalho ‘sério’”, recorda.

Portanto, bem no começo do seu percurso pelo mundo das artes, teve que enfrentar o obstáculo da descrença dos outros e só não desistiu porque “as pessoas tinham mesmo que aceitar de uma vez para sempre que eu nasci artista, fui aprimorando mais as técnicas, pesquisei e fui-me envolvendo com outras artes, da música à dança, ao teatro e às letras. Isso foi fundamental para eu perceber a correlação e sustentabilidade entre as artes”.

Se como diz o ditado popular, “quem persiste alcança”, Walter Zand foi conquistando o seu lugar como artista a nível nacional onde tem trabalhado como ilustrador de livros mas, o grande salto, aconteceu a nível internacional, quando um dos seus trabalhos venceu o concurso internacional lançado marca de relógios suíça Swatch.

“É um marco trabalhar com uma marca internacional tão grande, ainda para mais poder fazê-lo retratando a história de um povo resiliente como é o nosso. Cheguei à Swatch por via de um concurso aberto a participantes de todo o mundo. Tive que responder aos critérios do concurso enviando a imagem da minha pintura que escolhi com um amigo. A obra era bastante representativa, abordava a esperança do povo moçambicano que, diante de muitas adversidades, nunca desiste. Este trabalho fortificou muito mais a minha projecção no que diz respeito à divulgação do meu nome e da nossa cultura pelo mundo”.

Zand pretende, acima de tudo com o seu trabalho mostrar esperança e vencer o preconceito que se tem sobre o mundo doas artes: “com este trabalho pude provar a mim mesmo que podia alcançar grandes coisas e mostrei às pessoas que mostravam desconfiança em relação à minha e a todas as artes que é possível viver desta área como de qualquer outra”.

Actualmente, está focado em ampliar o seu trabalho, fazer exposições e, de futuro, realizar o sonho de criar o espaço “Zand Arts Aallery” em Maputo.